2006/01/04

Movimento 560

embalagem de polvo
Quando ouvi falar neste movimento, pareceu-me bem. Achei que era uma ideia boa e positiva.
Nesta dita aldeia global, em que globalização significa: "Eu é que mando, dá cá isso, isso e isso e toma lá isto e já não vais mal", faz sentido lutar e resistir, ainda que quem está a nosso lado pergunte: Para quê?

O movimento 560, visto de uma forma redutora é uma boa ideia, mas onde entra dinheiro as coisas complicam-se. Veja-se o exemplo da imagem apresentada:
- Polvo em conserva - distribuído por uma empresa portuguesa, mas produzido em Espanha (este tipo de situação está identificada no site do M560).
- Polvo em conserva - Polvo capturado onde, Marrocos?...

Com este tipo de situações, passaremos a ser embaladores...

O M560 tem fragilidades, deixo aqui um exemplo:
- Uma empresa como a Danone, com fábrica em Castelo Branco, produz yogurtes, emprega pessoas, consome matérias primas da região (?) e o lucro das vendas... fica em Portugal?

Comments:
Olá, sendo também interesado no assunto a resposta é simpls. Sim fica, a Danone além de dar postos de emprego em Portugal, contribuir económicamente através de impostos e fazer recurso do leite e outras matérias primas portuguesas, para os seus iogurtes; contribui e de forma bastante positiva. Qual é a fragilidade?

Cumprimentos
 
A fragilidade, é que nestas coisas que mexem com dinheiro, não há lugar para ingenuidades.
Acredito que a Danone dê postos de emprego, pague impostos, e faça recurso de algumas materias primas. Digo algumas, porque se o leite for mais barato do outro lado da fronteira, eles vão lá buscá-lo. Digo algumas, porque os yogurtes com pêra rocha (pêra nacional), resultaram de uma estratégia da associação de produtores de pêra rocha - que a Danone aproveitou... As empresas multinacionais só adaptam os seus produtos ao países onde estão caso se vejam obrigadas a isso - é por isso que a MacDonalds em Espanha tem calamares, gaspacho... A Danone se comprou a fábrica da Yophil (penso que era esse o nome), foi porque:
- Era um investimento que faziam
- Compensava mais do que trazer os yogurtes de Espanha
- Eliminavam uma marca concorrente

E não acredito que o dinheiro dos lucros, aquele que fica depois de pagar os impostos, os salários e as matérias primas (e mais uma ou outra coisa...) fique em Portugal.

O M560 é um começo, a seguir proponho que se faça uma lista dos proprietários/accionistas (quando tal for possível) das empresas. Assim poderemos saber para quem vão os tais lucros.

E também ai teremos fragilidades...
 
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